sexta-feira, 2 de abril de 2010

Troca de Favores


Possa parecer falta de caráter, agir com interesse, ajudar pensando em uma réplica parecida. No entanto, a troca de favores é inerente a sociedade moderna, dependência social é algo muito comum no grupo que se tem convivência. Certo dia você ajuda alguém a se levantar e o menos esperado acontece, em outro momento o mesmo que ajudou em outrora, é o ajudado da vez. Muitos definem isso com a frase que assevera que “o mundo dá voltas”. Não que aquilo seja uma regra determinada com rigidez, mas há uma grande probabilidade de que ocorra e é inevitável admitir. Talvez, se esta imagem interesseira que a troca de favores carrega consigo fosse analisada, haveria possibilidade de ressaltar algo importante positivo. Realizar uma ação solidária é satisfatório, sobretudo quando não nos importamos se seremos recompensados, é até altruísta. Entretanto, ajudar a mesma pessoa repetidas vezes ou contribuir com esforço para uma situação inúmeras doses e não receber nenhuma gratificação, é desestimulador. Ser ajudante não é um ato que pode ocorrer sem vontade, agir de tal forma é ser obrigado, é ser pressionado. Indiscutível afirmar que o homem gosta de ser gratificado, ele precisa disso para ser estimulado a ajudar novamente, para não medir esforços e ultrapassar barreiras a fim de ser útil. Portanto, definir “troca de favores” como algo importante não é afirmar que és pretensioso, é ratificar que até para ajudar as pessoas repetidas vezes precisa-se de incentivo, de resultado recíproco ou positivo.

Por Ana Paula G. Lins.

Um comentário:

Marcelo Cancão disse...

Esse texto fez-me lembrar de um outro que escrevi com uma amiga. Permita-me:

As nossas vidas são infestadas de surpresas, boas e desagradáveis. E os nossos gestos são, quase sempre, recíprocos. Basta-nos saber digerir alguns trocos, popularmente conhecidos como “sapos”. Mas a troco de quê faríamos isso?

Não é a minha intenção confundir a cabeça de ninguém. Muito menos impor aqui, a minha, razão. Portanto, reflitamos um pouco sobre esse mínimo, mas grandioso, detalhe da vida.

A troco de quê, ser fiel? – Nunca ninguém foi comigo.

Ser honesto? – Sempre saio perdendo.

E ser justo então? – Só Deus consegue.

Ser atencioso? A troco de quê? – Muitas vezes as pessoas se comportam de tal forma que até me sinto transparente.

A troco de quê devolveria o dinheiro que a senhora deixou cair da bolsa? – Ela nem viu... Já vai tão longe!

Por que faria o que ninguém faz? – Só por que tenho de ser bonzinho(?), afinal, bonzinho só se ferra.

Ser educado então? – Só levo patadas!

E olhem que essas são apenas algumas das inúmeras situações que nos acontecem e sempre estamos nos perguntando qual será a recompensa da nossa atitude. Resposta concreta? – Nenhuma. Mas...

Agora vou lhe dizer a troco de quê fazemos alguns esforços...

A troco de você dormir em paz com sua consciência. Sabendo que mesmo que tenha recebido infidelidade, conseguiu agir como uma pessoa digna.

A troco de você dar bons exemplos para as crianças.

A troco de você ver alguém feliz e grata por sua honestidade.

A troco de você ser uma pessoa agradável e semelhante a Deus.

A troco de você ser um bom referencial para os que estão a sua volta.

A troco de você ser diferente daqueles que se igualam à maioria que já perdeu a esperança.

E se meus argumentos não te convenceram, experimente fazer tudo a troco de você mesmo ou a troco de nada. Porque não importa o que receba em troca, o que vale mesmo é a sua ATITUDE. E que ela seja sempre a melhor.

Independente de qualquer situação, não podemos pensar na recompensa – no que esse mundo de hoje classifica como recompensa. É muito mais que uma questão de troco, é uma questão de CARÁTER.


[By: RSiqueira e MCancão]