domingo, 5 de setembro de 2010

A politização como necessidade


Se aproxima, cada vez mais, o momento em que o brasileiro põe em prática a democracia através do voto. Essa participação incorpora fatores diversos, inclusive questionamentos acerca da responsabilidade e da consciência política dos eleitores, que por muitas vezes são revestidas de dúvidas unidas a falta de informação e interesse.
A despolitização no Brasil possui hereditariedade histórica e ainda vasta amplitude. Lastimavelmente, a falta de estímulo político atinge várias classes e faixas etárias. O que impossibilita, de maneira lógica, a construção de uma “educação politizada” transcendente, capaz de gerar indivíduos preparados para construir soluções a fim de amenizar as mazelas sociais. Assim, torna-se inevitável a ignorância diante dos processos nacionais e a falta de criticidade sobre os candidatos aos cargos representativos da população. Esta, às vezes, talvez por conta da pouca memorização, age contraditoriamente elegendo pessoas que já possuem histórico negativo e que emitem discursos nitidamente falsos.
O modo desinteressado da parte majoritária brasileira em relação à política não fere apenas princípios de cidadania. Violam também premissas de participação do que acontece num Estado e como este trata certas situações. Parece que mesmo obedecendo à jurisdição daquele, para algumas pessoas, é pouco válido saber os motivos de tudo isso. E, muitas das mesmas, tentam transferir a culpa dos problemas que assolam o país para os representantes políticos, como forma de comodismo e também de efeito imediato para direcionar a culpa.
É fato que a política não é um tema que instiga muitos sujeitos e que necessita de uma análise mais apurada quando se trata da própria. É preciso mais compenetração das pessoas acerca disso, para que o bem comum não seja defendido apenas por órgãos estatais, mas também por todos que usufruem de medidas de interesse geral.

POR ANA PAULA G. LINS.